RIO TOCANTINS
Meu querido Tocantins
Pai, amigo e celeiro Foste meu sustentáculo
Me deste muito dinheiro
Criaste minha família
Foste hospitaleiro
Eu te Saúdo em referência
Pois Também sou pioneiro.
Hoje estás desprezado
Vão te cortar como taco
E pra prover a verdade
Só nos resta a saudade
Pois és pobre, liso macaco.
Com tua fonte altaneira
Te julgarão um gigante
De tudo tiveste muito
Até mesmo diamante
A agressão violenta
Acabou tudo num Instante.
Que maldade te fizeram
Não souberam analisar
Com o decorrer dos tempos
Isso tudo vão pagar
A previsão está feita
E não tem para onde apelar
Depois da devasta.
Vieram se preocupar
ACHARAM QUE COM BARRAGENS
Podem lhe recuperar
Só que não tem mais jeito
O funeral está feito
E o remédio é chorar.
É cobra engolindo cobra
É pessimismo com maldade
Eu pergunto como fica
Nosso povo na cidade
Que também é tua Irmã
Será que vai ser preciso
Nós plantamos mucumã?
Tocantins, meu velho amigo
Preste bem atenção
Não se meta a secar muito
E com a tal poluição
Se emagreceres bastante
Vão te prender no bujão
Para fazerem barragens novas
Lá ras bandas do Japão.
O coração do humano
Que diz ser um racional
É um deposito de maldade
Que não existe outro igual
E fulmina o raciocínio
A fim de ver o extermínio
E mostra que é o tal.
E o pobre do ribeirinho que sempre teve um roçado
Com o sustento da família
Que pra todos é sagrado
Passou a viver coagido
Mendigando e humilhado.
E o progresso continua
O governo é elogiado
O dinheiro corre frouxo
Lá todo mundo é folgado
E a nossa VIDA PRÓPRIA
Acabou sem resultado.
Um rio grande e bonito
Como este quase não há
Faz pena ser estragado
Com barragens pra iluminar
E dentro de pouco tempo
Em praias se transforma
Aí é que eu quero ver
Água ate par banhar.
Mas como tudo é o progresso
Da nossa boa nação
Vamos viver humilhado
Mendigando nosso pão
Isso é orgulho pro governo
Mais tarde vai pro brasão.
Agora eu te pergunto
Como fica esta maldade
Ai te ver se acabando
Teus filhos por ti chorando
E no peito rasgando
Uma tremenda saudade.
Minha tristeza é muito grande
Não tenho como esconder
Sinto meus nervos abalados
Não tem como recorrer
Só tempo é responsável
De fazer eu te esquecer.
Só te digo eu te amo
Te adoro te venero
São as palavras mais puras
De teu amigo sincero
Se a saudade aperta
Peço que vê me banhar
Lá dentro do cemitério.
Joaquim Falcão
(O trovador do Sertão)
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